domingo, 4 de maio de 2014

COPA, MEIO AMBIENTE E UM TATU CHAMADO FULECO




A Copa da FIFA, no Brasil está chegando e o símbolo desta vez é um tatu chamado Fuleco.

Mas, dentre tantos animais da nossa fauna, qual a razão de um tatu ser o escolhido?

Alto lá! Não é qualquer tatu. Trata-se de um tatu-bola, também conhecido como tatu-apara, bola, bolinha, tranquinha ou tatu-bola-do-nordeste, um mamífero do gênero Tolypeutes, da espécie Tolypeutes tricinctus. Possui cerca de 30 cm de comprimento, têm coloração marrom anegrada e geralmente alimenta-se de cupins, formigas e material vegetal, consumindo também grande quantidade de areia, cascas e raízes junto ao alimento. 

Provavelmente é a menos conhecida e única espécie de tatu endêmica do Brasil, pois a sua distribuição se restringe à Caatinga e ao Cerrado brasileiros. Sua característica marcante é a capacidade muito peculiar de se defender, fechando-se na forma de uma bola, protegendo as partes moles do corpo no interior da carapaça rígida.

Utiliza como principal estratégia de defesa, a fuga e como não cava buracos, busca tocas abandonadas, enrolando-se sobre si mesmo, o que o torna mais vulnerável ao ataque de predadores e à caça por seres humanos.

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), é uma espécie ameaçada, com estado de conservação vulnerável. Também é considerada como ameaçada pela Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente, constando como criticamente Ameaçada no estado de Minas Gerais e vulnerável no Pará. 

Está enquadrada como também como vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (2007) e pelo Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, da Biodiversitas (2008). Corre alto risco de extinção em médio prazo.

A Associação Caatinga, organização não-governamental que atua na conservação do bioma, possui, em parceria com a The Nature Conservancy e o grupo de especialistas de Xenarthros da IUCN, um projeto de conservação do tatu-bola e lançou em 2012 a campanha nacional "Tatu-bola para mascote da Copa do Mundo de 2014", o que foi confirmado em 16 de setembro de 2012.

A divulgação do nome “Fuleco” (mistura de futebol e ecologia), ocorreu em 2012, no programa Fantástico, da Rede Globo. O nome recebeu 48% dos mais de 1,7 milhão de votos na eleição, deixando para trás Zuzeco (31%) e Amijubi (21%), as outras opções.

São várias as razões para justificar a escolha do tatu-bola como símbolo da Copa. A primeira seria porque um dos maiores orgulhos dos brasileiros é a riqueza da nossa natureza e o tatu-bola teria a capacidade de mobilizar a sociedade para o cuidado com a nossa fauna e flora, aliando à maior paixão do brasileiro que é o futebol, à preocupação com as questões ambientais.

Seria também algo inovador, pois o animal nunca foi retratado como símbolo de evento esportivo no país ou no mundo e não é utilizado como mascote por nenhuma entidade ou agremiação. 

A escolha seria impactante, por se tratar de espécie exclusivamente brasileira e de ser o único mamífero que assume o formato de bola. Como mascote poderia sensibilizar a sociedade para a preservação das florestas e suas riquezas. 

Retrataria também a característica brasileira de terra da alegria e nação do futebol, pois somente onde todos jogam bola na rua desde pequenos, poderia existir um tatu que vira bola. A bola é associada a uma espécie rara, ameaçada e muito especial da fauna brasileira. O tatu-bola, como mascote, reuniria criatividade, senso de humor e irreverência, características do brasileiro. (fonte: http://www.acaatinga.org.br/index.php/2012/uma-nacao-inteira-torce-pelo-tatu-bola-para-mascote-da-copa-2014/).

Essas seriam as razões oficiais da escolha, entretanto, extraoficialmente, fontes garantem que as razões seriam outras: O tatu-bola teria sido escolhido como símbolo da Copa do Brasil por ser desdentado, comer terra, estar sendo dizimado, procurar um buraco feito por outro para viver e, quando em perigo, virar-se numa bola (pronto para ser chutado), o que o assemelharia a grande parte do povo brasileiro. 

As razões, agora não importam mais. O Fuleco é o mascote e, a despeito das denúncias de corrupção, de superfaturamento em obras e das ameaças de grupos contrários, parece que a Copa vai acontecer mesmo daqui a alguns dias. 

Desta forma, resta-nos torcer pela seleção canarinha e também para que o símbolo do evento (o Fuleco) não seja associado apenas a um simpático boneco, mas que faça lembrar a destruição da fauna e da flora, além do desrespeito aos recursos naturais, essenciais para a qualidade de vida. 

Assim, quem sabe num esforço de otimismo quase sobrenatural, possamos imaginar que depois do festival do futebol, as pessoas estejam um pouco mais conscientes sobre a preservação do meio ambiente e com a vida melhorada.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------


P.S.  Infelizmente não consigo ter tamanho otimismo... ainda acredito que se o dinheiro gasto na Copa fosse aplicado de forma séria e sem desvios, os mesmos estádios poderiam ser construídos e ainda restaria para investir em projetos de melhoria na qualidade de vida das pessoas. Aí sim todos sairiam ganhando.


Se você gostou da postagem clique em G+ e compartilhe nas redes sociais.

Leia também outras postagens neste blog.

Grande abraço.