domingo, 13 de julho de 2014

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL, VALORIZAÇÃO E MERCADO


A globalização, ocorrida, principalmente no século XX, promoveu uma integração de mercados nunca antes vivenciada no mundo, mas com ela despontaram também os grandes problemas ambientais.

Assim, nasceu também um novo conceito de sociedade, onde os riscos ambientais em proporção global são característicos e os danos não são apenas restritos aos limites geográficos do local em que foram produzidos: mortandande de animais e seres humanos, lixo tóxico e outras formas de poluição são parte das atividades humanas no planeta.
Desenvolvimento Sustentável 
Desta forma, conceitos de sustentabilidade, entendida resumidamente como a capacidade de produzir, agredindo da menor forma possível o ambiente, podem e devem ser adotados por qualquer empresa.

Para que isso ocorra, é importante o planejamento e o estudo dos processos produtivos dela mesma e de seus fornecedores, além da determinação de regras claras e correto treinamento para os empregados, a fim de se adequarem aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado.

Três pontos principais devem ser observados para que a empresa seja considerada sustentável:
a) se os produtos ou serviços prestados por ela são ecologicamente corretos, ou seja, é necessário levar-se em consideração como ela trabalha para minimizar ou eliminar os impactos provenientes de seu processo produtivo;
b) como ela trata os seus funcionários e a comunidade onde esta inserida ou atua, verificando-se, por exemplo, se os passivos trabalhistas são altos e freqüentes, se pessoal trabalha em boas condições, ou ainda se a empresa realiza atividades ou ações ligadas ao bem estar da comunidade que a cerca.
c) se a empresa atua num ramo de produção que é social e culturalmente aceito pelo ambiente humano em que está inserida. Aqui, verificar-se-á a ética das ações e a aceitação dos processos produtivos. Não é possível, por exemplo, dizer que uma empresa que atue com contrabando, seja uma empresa sustentável.

Logo, para uma empresa ser classificada como sustentável, ela deve ser capaz de manter sua lucratividade e sua saúde financeira mesmo atuando positivamente em prol da comunidade e preocupando-se em eliminar, reduzir ou minimizar os danos que possa estar provocando no meio ambiente durante o seu processo produtivo ou de prestação de serviços.

De certa forma; ser uma empresa sustentável significa aplicar uma série de ações ou planejar novas formas de agir que enquadrem a empresa como sustentável. E isso é plenamente acessível a qualquer instituição; por menor que seja o seu porte, garantindo-se que todo o processo de transição seja transparente e assessorado por empresas idôneas e reconhecidas no mercado, além de estimular e aplicar políticas ambientais sérias e ações diretas junto a seus empregados de forma contínua.

Ponto relevantíssimo é aceitar que eventuais custos dessa transição sejam interpretados como investimentos em lucratividade futura, uma vez que a manutenção e a operação da empresa e das rotinas diárias de operação baixarão sensivelmente e esta economia, obviamente, se reverterá em aumento dos lucros.

As mudanças de comportamento empresarial no sentido da busca da produção limpa vem aos poucos sendo reconhecida pelo mercado consumidor, ao preferir adquirir produtos de empresas sustentáveis. Além disso, o comércio mundial já aponta para a necessidade de certificações e também para a valorização das empresas sustentáveis.   

Nesse sentido, foi criado em 1999, o Dow Jones Index, na Bolsa de Valores de Nova York, primeiro indicador de performance financeira das empresas líderes em sustentabilidade no mundo. As empresas que constam deste Índice, indexado à bolsa de Nova Iorque, são classificadas como as mais capazes de criar valor para os acionistas, a longo prazo, por meio de uma gestão dos riscos associados tanto a fatores econômicos, como ambientais e sociais. Podem ser citados também os Fundos Verdes (The Greens Funds Scheme), da Holanda, voltados para a promoção de investimentos verdes e  as paraestataes FSC (Forest Stewardship Council) e do LEED (Leardship in Energy an Enviroment Design), além das certificações ambientais ISO.

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), no ano de 2005, em parceria com entidades profissionais ligadas ao mercado de capitais, da Fundação Getúlio Vargas, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente, criaram o Índice de Sustentabilidade Empresarial, que visa oferecer aos investidores uma opção de carteira composta por ações de empresas que apresentam reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.

 A importância dada pelos investidores a estes índices e certificações são reflexo da preocupação crescente das empresas e grupos econômicos com um mundo mais sustentável e a performance financeira está intrinsecamente associada ao cumprimento de requisitos de sustentabilidade que atravessam todas as áreas da vida empresarial e que cruzam aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Assim, transformar qualquer empresa ou micro-empresa em sustentável poderá proporcionar excelente lucratividade e um diferencial de mercado muito positivo, mas principalmente um lucro ainda maior, que apesar de não contábil, trará resultados positivos para a coletividade da presente e das futuras gerações.

Grande abraço,

JOSÉ ROBERTO SANCHES

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