No sábado, dia 26 de abril, morreu o leão Bira, último dos felinos da espécie, que ainda sobrevivia no Zoológico Municipal Flávio Ribeiro Leite, em Araçatuba.
Bira, que tinha 15 anos (leão vive em média até aos 26) era viúvo de Raissa, leoa que morreu em 2 março. Ele foi o sétimo animal morto no zoológico nos dois últimos anos, pois além do casal de leões, uma onça parda, três emas e um quati também morreram no zoo de Araçatuba.
Segundo notícias divulgadas no site do jornal Folha da Região e Estadão, frequentadores do local disseram que o leão aparentava estar doente havia mais de dez dias. No dia 14 de abril, internautas que visitaram o zôo postaram fotos do animal e textos dizendo que ele ficava apenas sentado, não queria se levantar e urrava muito, como se estivesse triste, "pedindo socorro".
O zôo de Araçatuba foi reinaugurado no dia 12 de abril, depois de passar por uma reforma iniciada em março de 2012, que durou dois anos e custou somente ao governo federal R$ 1,2 milhão.
O Conselho Municipal do Meio Ambiente de Araçatuba já havia votado pela retirada de todos os animais exóticos do recinto, mas até o momento isto não ocorreu e pelas notícias, a administração municipal é contra a idéia.
Em postagem neste blog, no dia 18 de março, foram questionadas as razões da manutenção de um zoológico em Araçatuba (Araçatuba realmente precisa de um zoológico? http://nossoambientedireito.blogspot.com.br/2014/03/aracatuba-realmente-precisa-de-um.html).
A resposta é que cada vez mais aumenta a convicção de que Araçatuba de fato não precisa de um zôo.
Seria utopia ter em Araçatuba parques arborizados e belos, mas sem animais em confinamento?
Seria fantasioso pensar na construção de locais como no Jardim Botânico de Curitiba?
Mas para que não se fale na falta de parâmetros de comparação com uma Capital, fiquemos no confronto com uma cidade pequena do interior do Paraná, por exemplo, Apucarana, com seu Parque do Jabuti. Seria isto impossível?
Mas para que não se fale na falta de parâmetros de comparação com uma Capital, fiquemos no confronto com uma cidade pequena do interior do Paraná, por exemplo, Apucarana, com seu Parque do Jabuti. Seria isto impossível?
Como já dito na postagem anterior, a morte de Bira nos leva mais uma vez "à reflexões éticas sobre o uso de animais não humanos pelos seres humanos, que não serão respondidas de forma precisa e nem mesmo isentas de sentimentos acalorados, pois sempre irão emergir de raízes pré-concebidas, aflorando-se em prós e contra a manutenção do recinto”.
Ausente a unanimidade, fica o previsto na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, estebelecida pela UNESCO em 1978:
Art. 4º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2.Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.
Além dos óbitos, o que mais entristece é o fato de que ainda falta muito para evoluirmos como sociedade e como seres humanos, quando enfim, passaremos a cobrar dos nossos governantes o emprego das verbas em políticas públicas adequadas à melhoria da qualidade de vida da população, sem que seja necessário a exploração das outras espécies de animais.
Grande abraço.
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